Sinopse
"Era frequente eu receber mensagens de diferentes partes do mundo, de pessoas que tentavam entender o que estava acontecendo na Coreia do Sul. Várias perguntas vinham de mulheres jovens, muitas vezes fãs de K-pop, cujo interesse pelo país não se limitava às suas celebridades favoritas […].
Este livro retrata a vida das pessoas que lideraram ou colaboraram com as iniciativas feministas sul-coreanas entre 2015 e 2021, que culminaram em mudanças monumentais na lei, na sociedade e na cultura. Este livro mostra as batalhas travadas por mulheres francas e impetuosas na tentativa de mudar o mundo — incluindo derrotas devastadoras e vitórias duramente conquistadas. Este livro é também um testemunho da força e tenacidade de tantas mulheres asiáticas, cuja luta por igualdade de gênero é desconhecida ou ignorada no Ocidente.
A primeira parte, “#MeToo #WithYou”, revela como o movimento #MeToo se desenrolou na Coreia do Sul, através da história da mulher que iniciou a campanha, das que se juntaram a ela e das que se solidarizaram aderindo à causa com o lema #WithYou.
A segunda parte, “Cadê as garotas?”, volta aos alicerces do ativismo feminino, no período entre o final do século XIX e meados da década de 2010, que viabilizaram o movimento #MeToo.
A terceira parte, “Minha vida não é um pornô”, explica como jovens ativistas e vítimas de crimes sexuais digitais lutaram juntas para construir uma campanha robusta contra o abuso sexual com uso de tecnologia e como conseguiram pressionar as autoridades a agir.
A quarta e última parte, “Meu corpo”, apresenta pessoas que, encorajadas pelos eventos recentes, passaram a desafiar, no dia a dia, normas patriarcais que restringiam seus corpos — literal e figurativamente. Entre elas, estão mulheres que se opuseram ao sexismo no julgamento da aparência feminina aderindo ao movimento “Tire o Espartilho”, as que fizeram campanha para descriminalizar o aborto, as que não querem se casar e desafiam a pressão social para ter filhos e as pessoas transgênero, que lutam por seus direitos num país profundamente intolerante — e às vezes abertamente hostil — às minorias sexuais.
O título, Flores de fogo, foi inspirado pela palavra coreana bul-kkot, cuja tradução literal é “flor de fogo” e significa chama. Na sociedade sul-coreana (e em outros lugares), as mulheres são frequentemente tratadas como flores: lindos objetos de desejo a serem observados, não escutados. Então, pensando nas mulheres que conseguiram incendiar o sexismo cotidiano, escolhi Flores de fogo como uma metáfora para suas lutas — e para sua esperança inextinguível."
Sobre a autora
Hawon Jung é jornalista e ex-correspondente da Agence France-Presse em Seul. Noticiou temas como o confronto militar entre as Coreias, a ascensão de Kim Jong-Un ao poder e a expansão global do K-pop. Sua cobertura do movimento #MeToo da Coreia do Sul foi indicada ao Prêmio de Excelência Editorial da Society of Publishers in Asia, em 2019. Seus textos e comentários já apareceram em veículos como Le Monde, The New York Times, NPR e BBC. Nascida e criada na Coreia do Sul, divide seu tempo entre Seul e a Alemanha.













